8/4/2015


DO SINDIJUFE-MT

Estudantes da UFMT pedem ajuda ao Sindijufe na luta contra a precarização do ensino superior



 No dia 14 de abril haverá eleição no Diretório Central de Estudantes (DCE) da Universidade Federal de Mato Grosso (UFMT), em Cuiabá. Duas chapas estarão na disputa, e o desafio da chapa de oposição (Pra Virar a Maré), segundo seus integrantes, é vencer o pleito para trabalhar contra a precarização do ensino do ensino superior, que tem se acentuado nos últimos anos nas universidades brasileiras.

Os membros da chapa de oposição estiveram com o diretor do Sindijufe-MT Pedro Aparecido de Souza, em recente visita ao Sindicato. Walter Aguiar (aluno do 6º semestre do curso de Engenharia Elétrica) e João Manoel de Sá (5º semestre do curso de Serviço Social) falaram de suas propostas de trabalho caso vençam as eleições e pediram apoio ao Sindjufe-MT.

Da mesma forma como acontece no poder judiciário e no funcionalismo público em geral, as universidades brasileiras estão pasando por um processo de precarização, com a terceirização de serviços e transferência da responsabilidade pública para a esfera privada, mercantilizando o ensino público. Na UFMT, infelizmente, este cenário negativo também tem prevalecido. A universidade tem aproximadamente 12.500 estudantes de graduação dentro do câmpus de Cuiabá, em 42 cursos, além de outros cinco cursos em Várzea Grande, que estão alojados no câmpus da capital. Conforme os estudantes, isso piora a situação, porque a universidade já tem um déficit de salas de aulas e professores, e, como se tudo isso ainda não bastasse, também tem que criar estrutura para mais cinco cursos.

"Somos um movimento que vem se organizando desde o surgimento das discussões dentro do Conselho de Ensino, Pesquisa e Extensão (Consepe). Dentre outras coisas, o Conselho implementou o ensino à distância dentro das grades curriculares, transformando 20% da carga horária do currículo presencial em atividades virtuais. Outra minuta polêmica, também aprovada pelo Consepe, diz respeito à reformulação curricular, que prevê que matérias afins de cursos diferentes tenham a mesma ementa, ou seja, para reduzir os custos, a solução encontrada pelo governo foi aumentar o trabalho do professor sem a contratação de novos profissionais. Para nós, alunos, trata-se claramente de uma política de precarização do ensino superior", relataram os acadêmicos.

Além disso, conforme o relato, teve outra minuta, referente às aulas de campo, que, da forma como foi aprovada, prejudicou os universitários. "A minuta não tinha nenhuma reivindicação dos alunos, como o pagamento em dia das diárias bem como o aumento dos valores das diárias, e por outro lado a aula de campo ficou hiper burocratizada", disseram os estudantes.

Segundo eles, o DCE foi conivente, por não questinar as reformas ocorridas. Por isso os estudantes decidiram organizar um grupo de oposição, que conta com 165 membros, divididos em seis coordenações.

A proposta principal da chapa de oposição (a chapa 2) é lutar por um DCE autônomo, bem como pela horizontalidade dentro do diretório no processo decisório ou nas deliberações.

Eis, a seguir, as demais propostas da chapa:
- Promover debates sobre as problemáticas e os déficits da educação cotidiana da universidade;
- Lutar por um processo decisório de baixo para cima, ou seja, onde haja o debate e a participação coletiva a respeito de qual universidade os estudantes querem;
- Lutar por uma universidade socialmente referenciada, que faça valer o tripé ensino-pesquisa-extensão, e que seja pública e de qualidade.

"A chapa de oposição também luta contra a lógica de concessão e licitação dos espaços da universidade para empresas que monopolizam serviços, como é o caso das xerox", disseram Walter Aguiar e João Manoel. Segundo eles, devido a esse monopólio que se instalou na UFMT quem não pode comprar livro e depende das fotocópias para acompanhar as aulas é obrigado a desembolsar hoje muito mais que o valor que eles pagavam anteriormente. O preço da xerox subiu de R$ 0,8 centavo para R$ 15 centavos.



Redação do Sindijufe-MT
LutaFenajufe-Noticias