9/12/2014


DO SINTRAJUD-SP

JT Barueri faz manifestação para exigir criação de varas



 Servidores entregaram à corregedora do TRT estudo que mostra a sobrecarga de trabalho

Os servidores da JT Barueri fizeram nesta quarta-feira (3) uma manifestação para exigir a criação de mais varas trabalhistas na comarca. Eles aproveitaram a correição ordinária para entregar à corregedora do TRT um estudo a respeito da sobrecarga de trabalho a que estão submetidos.
Composta por três varas, a JT Barueri espera a criação de outras seis, conforme autorização dada pela presidente Dilma Rousseff (PT) em 2011. Passados mais de três anos, porém, o volume de processos só aumenta, com o mesmo número de servidores.
O estudo mostra que a JT Barueri tem uma média de processos distribuídos muito superior à do TRT da 2ª Região, cuja média é a maior do país.
As varas trabalhistas de Barueri com 3800 processos “já se colocam na infeliz liderança de distribuição de processos, aproximando-se do dobro do topo aceitável, que se localizaria perto de 2.000 processos por ano, por vara do trabalho”, diz o texto entregue à corregedora, assinado pelo  diretor do Sintrajud Romeu Meirelles e pelo diretor de base Saulo Martins de Melo, ambos servidores da JT Barueri.
“Para prestar seus serviços à população, cada uma das 3 varas dessa cidade enfrenta em média 300 processos novos, 480 audiências, 2.500 petições por mês, além do acompanhamento em execução de mais de 6.500 processos em estoque”, afirma o estudo. “Não obstante todo esse volume, o número de servidores ali alocado mantém-se em meros 14 por vara, em frontal desrespeito à Resolução 63/2002 do CSJT, que determina a alocação de no mínimo 18.”
Condições de trabalho
O documento denuncia os riscos à saúde dos servidores causados pelo excesso de trabalho e aponta as más condições do prédio onde funciona a JT Barueri: frequentes inundações, acidentes que ocorrem quase diariamente na escada do 2º andar, ausência de refeitórios, vestiários e estacionamentos adequados para os servidores, falta de segurança no acesso às dependências e jornadas de trabalho de mais de 10 horas diárias para secretários de audiência, entre outros problemas, apontados em fevereiro de 2012 num abaixo-assinado à Presidência do TRT. Em fevereiro e em maio do ano passado, os servidores reiteraram as denúncias em ofícios enviados à Presidência.
“A correição feita hoje [na quarta-feira, 3] aparentemente instruiu as direções a sacrificar ainda mais os servidores, para aumentar a produtividade”, afirma Meirelles. “O certo é aumentar a produtividade dando mais e melhores condições de trabalho”, acrescenta. “Mesmo empresários capitalistas já reconhecem que as pessoas têm de trabalhar menos.”
Na opinião do diretor, o aumento da produtividade à custa do sacrifício do trabalhador está relacionado com um preconceito contra o próprio trabalhador e com o patrimonialismo. “Há uma tendência de confundir o interesse do chefe com o interesse público”, diz Meirelles.



Redação do Sintrajud-SP
LutaFenajufe-Noticias