29/1/2014


DO SINTRAJUD-SP

Aposentados buscam visibilidade para luta pela paridade na campanha salarial



 Mesmo que ainda aquém das necessidades apontadas pelos ativistas do setor, servidores aposentados tiveram destacada participação, em São Paulo, na semana de lançamento da campanha salarial do funcionalismo com atos nos estados. O principal objetivo destes servidores é levantar a bandeira em defesa da paridade de salários e direitos com quem está na ativa. "A nossa participação é fundamental porque você consegue dar volume à luta e dar visibilidade aos aposentados, que geralmente são esquecidos", observou o servidor Flávio Conrado Junior, coordenador do Núcleo dos Aposentados do Sintrajud, logo após o ato de lançamento da campanha, na noite de quarta-feira (22).

Neste mesmo ato, aposentados defenderam a adesão à mobilização que se inicia. A servidora Nair Castro Almeida, da saúde federal, disse que eles não só vão estar presentes como, se necessário, estão dispostos a enfrentar até eventuais repressões policiais, numa referência à crescente tentativa de criminalização dos protestos. Outra aposentada, Regina Lima, propôs a realização de um seminário nacional no qual o tema central seja o direito à aposentadoria, que, segundo avaliou, segue muito ameaçado tanto para quem já se aposentou quanto para quem ainda pretende usufruir deste direito.

Ato na Paulista
No dia seguinte ao lançamento da campanha salarial, os aposentados fizeram uma manifestação específica em frente ao escritório da Secretaria-Geral da Presidência da República em São Paulo, que fica na av. Paulista. O protesto teve como reivindicação central a defesa da paridade – documento com as demandas foi entregue à assessoria da Presidência, que recebeu uma comissão formada por dez aposentados. A servidora aposentada da Justiça Eleitoral Akiko Akiyama, que integrou a comissão e participou dos atos, acredita que a categoria precisa reagir aos ataques à aposentadoria, sob risco de ver todos os seus direitos retirados.

Para Ana Fevereiro, a presença dos aposentados no ato ainda foi pequena diante dos desafios a enfrentar. "É um trabalho que vem sendo feito há muito tempo, há dez anos estamos sendo descontados", disse, referindo-se à luta contra a taxação dos benefícios, outra reivindicação do setor. "Com esse governo é muito difícil conseguir as coisas, tem que ter muita mobilização", constatou. 

  Todo esforço é válido
O aposentado Marcio Lois, também da JE, que esteve nos dois atos da semana passada, vê com certo ceticismo a possibilidade de o governo Dilma Rousseff conceder alguma coisa aos servidores, mas, nem por isso, descarta a importância das mobilizações. "Todo esforço que se faça é válido. [Acho] que o máximo que o [governo] vai dar é uma esmola, mas não é por causa disso que a gente não vai lutar", disse.

Para Flavio Conrado, a luta pela paridade é também a luta contra a uma política que busca nivelar os benefícios por baixo, aproximando cada vez mais os servidores do piso pago aos trabalhadores da iniciativa privada. "Eu diria que é um processo que ocorre insidiosamente", observou, ao destacar a urgência da participação na campanha que agora se inicia.



Redação do Sintrajud-SP
LutaFenajufe-Noticias