1/5/2016


9º Congrejufe

Chapa do LutaFenajufe traz novos para compor com experientes a próxima direção

LutaFenajufe se contrapõe ao sindicalismo chapa-branca e defende a unidadee da categoria para enfrentar ataques do governo

O LutaFenajufe traz nessa chapa que concorre a diretoria da Fenajufe para os próximos três anos a renovação com colegas que nunca estiveram na direção da federação, mas atuam com firmeza nas lutas sindicais em seus estados, e a experiência de servidores que já demonstraram capacidade, seriedade e compromisso com a categoria em sua atuação.

Essa união do novo com a experiência é imprescindível nesse momento de crise no país, no qual as propostas que os partidos governistas e da oposição de direita apresentam têm em comum o ataque a direitos trabalhistas e previdenciários.

Partidos como o PT, PCdoB, PDT, PMDB, PSDB, PP, DEM estão fechados em torno da necessidade de um ‘ajuste fiscal’, no qual os cortes nos serviços públicos e a privatização são aspectos centrais.

É este ‘ajuste fiscal’ e o compromisso desses partidos com políticas que não contemplam o trabalhador, como o pagamento rigoroso dos juros da dívida pública, que fazem com que acumulemos quase dez anos de perdas salariais.

A eleição de hoje se configura numa oportunidade de consolidar na direção da Federação a resolução política aprovada no último congresso, quando os servidores votaram pela desfiliação da Fenajufe da CUT e decidiram pela independência frente a governos e administrações.

A seguir, o depoimento de alguns dos candidatos do coletivo Lutafenajufe sobre a composição da chapa e sobre os desafios a enfrentar:

Helenio Porto Barros – Técnico Judiciário do TRE–Zona Eleitoral do RJ

“Eu sempre defendi que tivesse mesclagem dos novos com os antigos, porque os novos têm que aprender com os mais antigos, que estão tarimbados. Isso porque essa coordenação da Fenajufe vai ser eleita com uma batata quente na mão, que é a votação do PL 2648, que deve ocorrer essa semana, e se ocorrer, há uma grande possibilidade de ser rejeitado na Câmara.

Então ela vai pegar um ônus de um Congresso (Nacional) conservador, num momento de crise política no país em que os conservadores estão querendo preparar o terreno para transparecer que são melhores gestores do gasto público do que a atual gestão.

Então, é importante a contribuição dos mais experientes, principalmente no contato com esses parlamentares, porque são mais conhecidos do que a gente e têm mais condições de fazer esse intercâmbio com esse pessoal (parlamentares)”.

Cristiano Moreira – Técnico Judiciário TT-RS, diretor do Sintrajufe/RS

“Temos um cenário de extrema dificuldade. Existe uma disputa pelo poder entre duas quadrilhas hoje, que estão disputando para ver quem vai ser o gerente de novos ataques contra os trabalhadores.

Portanto, o próximo período muito provavelmente será de muito luta e de uma necessária resistência da categoria, e nesse cenário é fundamental aliarmos a experiência de dirigentes que estiveram à frente das últimas batalhas que travamos ao longo da história com as lideranças que surgiram na maior greve já deflagrada pela categoria, realizada no ano passado.

Com isso, a gente tem os elementos necessários pra construir uma mobilização que pode barrar os ataques e avançar na conquista de direitos”.

Erlon Sampaio – Oficial de Justiça Ceuni/SP – diretor do Sintrajud/SP

“Essa nova composição que se desenha para dirigir a nossa Federação vai encontrar, como sabemos, um cenário bastante difícil – esse governo vem implementando e o próximo governo certamente vai seguir a mesma linha de ataques contra nós trabalhadores do serviço público de um modo geral.

Já estamos acompanhando a questão do ajuste fiscal, a questão da possibilidade de servidores públicos com planos de demissão voluntária, de congelamento salarial.

Vamos continuar lidando com um Congresso (Nacional) conservador, que não é alinhado aos interesses do trabalhador, mas aos das grandes empresas e grande capital de um modo geral, que se une ao governo na retirada de direitos.

Nesse contexto todo, nós que disputamos a Federação, estamos com os pés no chão e conscientes do grande desafio que nos espera”.

Tarcísio Ferreira –  Analista Judiciário na JT-SP –coordenador da Fenajufe

A chapa tem que ter capacidade de entender o contexto no qual estamos vivendo e a forma como a categoria está envolvida nisso porque, sem ter clareza de quais são os desafios e os obstáculos que nós vamos ter que superar, não teremos condições de avançar na nossa pauta e nem mesmo de defender nossos direitos, que estão sob duro ataque nesse momento de crise. Então, a nova direção vai ter que ter essa capacidade de analise e disposição de luta.

E nós chamamos os delegados a votar na nossa chapa e a debater os problemas com a gente”.

Elcimara Augusto de Souza – Técnica Judiciária do TJDFT – diretora do Sindjus/DF

“A gente enfrenta um aprofundamento de crise no cenário mundial e nacional; e no nacional são muitos ataques contra os servidores públicos de forma geral: a gente tem aí a nova reforma da previdência sendo configurada, tem aí o PLP 257 que ataca e tira os direitos dos trabalhadores, e nesse cenário a gente entende que precisa de uma Fenajufe de luta e que esteja disposta a construir a luta da categoria e a unificação com outros setores públicos para enfrentar esse governo que está posto.

Nesse cenário, a gente entende que o LutaFenajufe cumpre um papel classista, tem uma atuação classista, é um coletivo que defende essa política de que precisamos enfrentar os ataques do governo.

Com relação ao cenário do congresso (9º Congrejufe), há novas lideranças surgindo e isso faz parte do processo democrático, e é salutar. Precisamos estar em constante processo de diálogo para construir essa luta e fazer com que essas pessoas permaneçam no movimento”.

 



Hélcio Duarte Filho