5/4/2016


PRESSÃO NA CÂMARA

Servidores cobram projetos em pauta; cenário segue indefinido

Nada foi votado pela manhã na Câmara; Impasse sobre comissões e ?crise Temer? deixam quadro indefinido; nova sessão pode acontecer

Com a persistência do impasse político em torno de projeto sobre a composição das comissões da Câmara, a sessão extraordinária da manhã desta terça-feira (5) não chegou a ter a ordem do dia instalada, quando de fato propostas são levadas para debate e votação. Deputados federais se revezaram em discursos na tribuna sobre variados temas, em geral relacionados à crise política. Com isso, o pedido de regime de urgência para o projeto salarial dos servidores do Judiciário Federal (PL 2648/2016) segue sem apreciação.

A sessão ordinária, inicialmente prevista para começar às 14 horas, foi adiada com horário ainda incerto. Inicialmente devido à falta de acordo para votar o projeto que redefine a composição das comissões em função das novas acomodações partidárias na Câmara, nova reunião de líderes foi convocada para esta terça, a partir das 16 horas. Mas a temática mudou e o cenário ficou ainda mais instável: a reunião do Colégio de Líderes irá tratar agora da decisão do ministro Marco Aurélio de Mello, do Supremo Tribunal Federal, que determina que o presidente da Câmara, Eduardo Cunha (PMDB-RJ), instale a comissão especial para avaliar pedido de impeachment do vice-presidente da República, Michel Temer (PMDB-SP).  A reunião para tratar das comissões ficou para quarta-feira (6), de acordo com o que foi informado pela Agência Câmara.

Provavelmente somente após isso será possível saber se haverá sessão e a que horas. É impossível prever o que acontecerá nesta terça-feira na Câmara, devido ao quadro político instalado neste momento em Brasília. “Tudo muito instável e disputado aqui na Câmara, por conta da crise política e processo de impeachment em curso, com mudanças de cenários a cada instante”, relata Adilson Rodrigues, dirigente da federação nacional dos servidores do Judiciário Federal e do MPU (Fenajufe) e integrante da Comissão Nacional de Negociação.

 Ao lado do servidor Antonio Melquíades, dirigente do sindicato de São Paulo (Sintrajud-SP), Adilson esteve na liderança do governo para defender a apreciação do projeto ainda nesta terça. Foram informados, no entanto, que o deputado José Guimarães, líder do governo, apresentou dez projetos já com urgência aprovada, que teriam prioridade. Requerimentos de urgência ficariam para ser votados após essa lista caso o Colégio de Líderes feche acordo em torno da questão – entre os requerimentos estão os projetos salariais do Judiciário Federal, do MPU e dos magistrados. Líderes da oposição, informa o dirigente sindical, dizem que estão em obstrução e também foram cobrados para que se abra uma janela para votar os projetos salariais dos servidores.

 



Hélcio Duarte Filho
LutaFenajufe-Notícias