7/10/2015


NO MESMO DIA

Veto a servidores não é apreciado; novo aumento para juízes, sim

Lewandowski consegue aprovar em comissão outro aumento para magistrados no mesmo dia em que PLC 28 deixou de ser apreciado no Congresso

No mesmo dia em que o Congresso Nacional não apreciou por falta de quórum o veto da presidente Dilma Rousseff (PT) ao reajuste dos servidores do Judiciário Federal, a Comissão de Trabalho, Administração e Serviço Público da Câmara aprovou novo aumento nos subsídios dos ministros do Supremo Tribunal Federal, com repercussão para todos os magistrados do país.

A simultaneidade das duas coisas – a sessão do Congresso não tem quórum, enquanto a comissão vota o aumento dos juízes – foi mencionada em alguns discursos de deputados no plenário da Câmara logo após o encerramento da sessão do Congresso, na tarde desta quarta-feira (7). O texto aprovado reajusta os subsídios em 16,38%, divididos em duas parcelas de 8,19%, aplicadas em janeiro e em março de 2016 – um parcelamento que chama a atenção pela distância de apenas dois meses entre uma cota e outra. E que contrasta com o que se busca empurrar para os trabalhadores. O projeto que o governo e o STF negociaram para tentar substituir o PLC 28, por exemplo, sem que os servidores tenham sido consultados, prevê parcelas semestrais de janeiro de 2016 a julho de 2019 para ser integralizado.

Os deputados aprovaram o aumento dos ministros do Supremo menos de nove meses após a presidente Dilma sancionar, em janeiro, outro reajuste nos subsídios da cúpula dos três poderes. Os salários dos ministros do STF passaram então de R$ 29,4 mil para R$ 33,8 mil. Com esse novo aumento de 16,38% que tramita na Câmara, o subsídio da Corte chegará a R$ 39,3 mil.

O texto que saiu da comissão é o substitutivo do deputado Laercio Oliveira (SD-SE) ao Projeto de Lei 2646/15, assinado pelo presidente do STF, ministro Ricardo Lewandowski. De acordo com a Agência Câmara, a comissão já havia rejeitado, no dia 23 de setembro, o parecer favorável à proposta do deputado Benjamin Maranhão (SD-PB). E aprovado um parecer contrário, do deputado Nelson Marchezan Junior (PSDB-RS). Este parecer, porém, foi vencido nesta quarta-feira pelo voto em separado do deputado Laercio Oliveira, pela aprovação, com substitutivo. A matéria ainda será analisada pelas comissões de Finanças e Tributação; e de Constituição e Justiça e de Cidadania, antes de ser votada pelo Plenário da Câmara para, depois, seguir para o Senado caso seja aprovada.  

LutaFenajufe Notícias

Por Hélcio Duarte Filho

Quarta-feira, 7 de outubro de 2015



Hélcio Duarte Filho
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