O senador Renan Calheiros (PMDB-AL), que preside o Congresso Nacional, suspendeu a sessão conjunta da Câmara e do Senado por meia hora, por volta das 12h50min desta quarta-feira (7), numa última tentativa de que o quórum seja atingido. Pelo segundo dia consecutivo, o governo federal tem dificuldade em assegurar a presença de deputados, apesar da reforma ministerial que fez uma redistribuição de cargos para agradar as bancadas parlamentares aliadas.

Servidores acompanhavam a sessão quando ela foi suspensa – a movimentação pela derrubada do veto ao reajuste salarial, previsto no PLC 28, continua. Ao interrompê-la, Renan Calheiros disse que ela estaria automaticamente encerrada caso após os 30 minutos não fosse atingido o número de registro de presença necessárias para que seja instalada. Repete, assim, o que fez na véspera, apesar dos apelos de alguns parlamentares da oposição para que ela fosse imediatamente cancelada.

O presidente do Senado disse ainda que havia um nítido movimento político para que a sessão não acontecesse, sugerindo não haver sentido em estender por muito mais a tentativa de quórum. O líder do governo na Câmara, deputado José Guimarães (PT-CE), defendeu a votação dos vetos e voltou a atacar o reajuste dos servidores, atribuindo ao projeto o aumento irreal de 78% - o impacto do PLC 28 integral sobre a folha de pagamento é de 36%, percentual que, numa projeção para quando o reajuste venha a ser integralizado, é ainda menor. O parlamentar do PT disse que um projeto alternativo foi negociado com o Judiciário, sem mencionar que os servidores foram excluídos dessa negociação.

No momento em que a sessão foi suspensa, haviam registrado presença 182 deputados e 61 senadores – o quórum necessário para deliberações é de 257 dos 513 deputados e 41 dos 81 senadores. Na véspera, a sessão foi suspensa, antes de ser cancelada, com 162 deputados e 54 senadores presentes. Os servidores seguem atuando em Brasília junto aos parlamentares pela derrubada do veto.