Servidores do Judiciário Federal e do Ministério Público da União devem retornar ao Congresso Nacional, em Brasília, nas próximas terça (29) e quarta-feira (30) para defender o reajuste salarial e a derrubada do veto presidencial ao PLC 28. É que o senador Renan Calheiros (PMDB-AL), que preside o Congresso, convocou sessão extraordinária para as 11h30 da quarta-feira (30), para apreciar os seis vetos da presidente Dilma a projetos aprovados por deputados e senadores que não foram votados na sessão da terça-feira (22).

A convocação para a semana seguinte da última sessão não chega propriamente a surpreender, já se avaliava que isso não estava descartado, mas revela um posicionamento que o presidente do Senado não vinha tendo com relação ao assunto até aqui. Questionado por jornalistas, segundo o jornal “Valor Econômico”, Renan alegou haver uma pressão para que se resolva a questão dos vetos e se tire essas pautas do Congresso. Não quis, no entanto, se comprometer com uma avaliação do que acontecerá e se esquivou ao ser perguntado se a convocação decorria de uma confiança maior do governo em manter os vetos.

Entre os vetos que ainda não foram analisados, dois são considerados polêmicos: o do reajuste do Judiciário e o que estende para todos os aposentados do INSS a política de valorização do salário mínimo. Mas é sobre o PLC 28 que pesa a maior pressão e maior temor do governo federal de uma derrota.

Essa preocupação do Planalto está naturalmente associada à força da mobilizaçãodos servidores sobre os parlamentares. Ao ponto de na sessão do dia 22, a campanha derruba o veto do Judiciário ter pautado praticamente todos os discursos dos deputados e senadores na tribuna do Congresso.

O Comando Nacional de Greve da federação da categoria (Fenajufe), reunido na quarta-feira (23), indicou a suspensão da greve e a manutenção da mobilização pela derrubada do veto, com apagões e atos semanais. A convocação da sessão para apreciar os vetos, no entanto, vem sendo considerada nas avaliações das reuniões dos comandos locais de greve e assembleias nos estados na hora de decidir sobre a continuidade ou não da paralisação.