Servidores do Judiciário Federal tomaram a Avenida Paulista na tarde desta terça-feira, 18, para exigir a derrubada do veto ao PLC 28. Os trabalhadores do Ibama, UFABC, Unicamp, Unifesp, INSS, General Motors, Unicamp, MPU e Iphen também participaram da manifestação para lutar contra o ajuste fiscal de Dilma Rousseff (PT) e por reposição salarial.
Os servidores saíram do Fórum Pedro Lessa e fizeram caminhada pela Paulista. Na frente do escritório da Presidência da República eles puxaram uma vaia para o governo federal. “Vamos vaiar este governo que quer manter nossos salários congelados; eles querem jogar a conta do ajuste fiscal nas nossas costas, enquanto os empresários e banqueiros continuam lucrando, mas não vamos permitir”, declarou a servidora do TRE e diretora do Sintrajud Raquel Morel.
O servidor do TRF Gilberto Terra lembrou a indignação dos servidores do Judiciário diante da “proposta” apresentada pelo Diretor Geral do STF, Amarildo Vieira, em contraposição ao PLC 28, que prevê reajuste que impacta em 23,5% na folha de pagamento do Judiciário Federal, ao longo de 4 anos. “O presidente do STF, Lewandowski, ao invés de defender os servidores do judiciário, nos traiu, se aninhou ao projeto de ajuste fiscal do governo e aplicou essa proposta indecente”, afirmou.
Os manifestantes repudiaram a política de ajuste fiscal e arrocho salarial que vem sendo aplicada pelo governo Dilma. “Nos últimos anos o governo federal deu bilhões em isenção de impostos para os empresários e montadores, agora estes bilhões estão faltando para o reajuste dos servidores públicos e os trabalhadores da iniciativa privada estão sendo demitidos. Os trabalhadores não têm que pagar pela crise, este ajuste fiscal não é nosso, temos que fortalecer as greves em todo o país”, declarou Luiz Carlos Prates, o Mancha, da CSP Conlutas e do Sindicato dos Metalúrgicos de São José dos Campos.
Sérgio Taboada, servidor do MPU, lembrou a importância de realizar um ato em conjunto no momento em que o governo se nega a negociar a reposição salarial dos servidores públicos federais. “Aqui não estamos divididos entre metalúrgicos e servidores públicos, somos todos trabalhadores em luta contra a política de ajuste fiscal do governo Dilma Rousseff”, ressaltou.
Estão em greve os servidores do INSS, do Ministério do Trabalho, do Incra, do Iphen, além dos docentes e técnicos dos Institutos Federais de Ensino Superior. Os servidores realizam uma Marcha Nacional em Brasília no dia 27 de agosto.
Momento Decisivo
Em Brasília, os servidores do Judiciário também fazem pressão para derrubar o veto ao PLC 28, que recompõe os salários da categoria. Durante todo o dia, eles se reuniram em manifestação pela derrubada do veto em frente ao Congresso e abordaram parlamentares.
Mas continua indefinida a situação da inclusão do veto 26, relativo ao projeto salarial do Judiciário Federal, na pauta da sessão do Congresso convocada para a manhã desta quarta-feira, 19.
O governo se movimenta para tentar barrar a votação do veto ao PLC 28. No entanto, a categoria não baixa a cabeça e reúne milhares em Brasília e nos estados para pressionar e garantir a inclusão do veto 26 na pauta.
Por isso, nesta quarta-feira, 19, os servidores farão novos protestos em Brasília durante a realização da sessão do Congresso Nacional. Aqui em São Paulo, os servidores realizarão ato e vigília, com concentração em frente ao Fórum Pedro Lessa, às 14hs.