Os servidores do Judiciário Federal de São Paulo realizaram na tarde desta quarta-feira, dia 13, uma assembléia geral para discutir a campanha salarial e eleger representantes da categoria para reunião ampliada da Fenajufe e o Congresso da CSP-Conlutas.

A assembléia aconteceu no Fórum Trabalhista Ruy Barbosa, na Barra Funda, logo após o ato contra a terceirização.
O coordenador da Fenajufe Tarcísio Ferreira iniciou a assembléia com um informe sobre o andamento da campanha salarial e o mais novo ataque do Governo Dilma Rousseff aos servidores do Judiciário. A sessão da Comissão de Constituição, Cidadania e Justiça (CCJ) que discutiria o PLC 28/2015, que reajusta os salários dos servidores do Judiciário Federal foi adiada por falta de quórum.
“Esta foi mais uma articulação do governo para não votar o projeto. O governo tem feito cortes no orçamento do poder judiciário e de todo o funcionalismo público, uma política para conter reajuste de salários e a nossa luta. Neste contexto de enfrentamento, a solução é organizar a luta da categoria contra os cortes do governo”, afirma Tarcísio.
O clima de revolta com a política de ajuste do governo predominou na assembléia. “Dilma reajustou os salários dos altos escalões do governo, enquanto os servidores do judiciário não têm reajuste há nove anos. Temos que dar um basta nisso”, ressaltou o diretor do sindicato Romeu Meirelles.
A assembleia contou com participação de várias unidades e com participação expressiva da Justiça trabalhista (JT) de Barueri.
Paralisação dos Servidores do Judiciário Federal
Diante dos ataques do governo, ficou claro para a categoria que a saída para pressionar e conseguir a aprovação do PLC 28/2015 é a mobilização. Por isso, os servidores votaram o indicativo de realizar dois dias de paralisação na primeira quinzena de junho.
“O que devemos fazer neste contexto de cortes e ajuste fiscal é nos mobilizar. Por isso, é preciso construir dois dias de paralisação, com vistas à construção de uma greve nacional por tempo indeterminado, só assim vamos conseguir pressionar o governo”, disse o diretor da Fenajufe Tarcísio Ferreira.
O indicativo de paralisação dos servidores do Judiciário Federal na primeira quinzena será discutido na reunião ampliada da Fenajufe, que acontecerá neste fim de semana, dias 16 e 17, em Brasília. Essa reunião terá a participação de representantes de todos os sindicatos que compõem a federação. “Vamos à Brasília construir uma forte articulação com os servidores do judiciário de todo o país e fazer uma forte mobilização da nossa categoria”, diz Tauff Ganem, servidor da JT Barra Funda.
Dia Nacional de Mobilização e Paralisação
Durante a assembleia, os servidores também ressaltaram a importância de participar no dia 29, Dia Nacional de Mobilização e Paralisações, convocado pelas entidades representantes sindicais contra a terceirização e a política de ajuste fiscal do governo.
“Do congresso nacional não sairá nada de interesse dos trabalhadores, só vamos conseguir vitória com muita mobilização. Para enfrentar o governo, é preciso unir os trabalhadores de todas as categorias no dia 29 de maio e construir greves e paralisações em todo o país para derrotar o projeto da terceirização, as medidas provisórias do governo que atacam os direitos trabalhistas e a política de ajuste fiscal”, defende Ana Luisa Figueiredo, servidora do TRF3.
Por unanimidade, foi aprovado o indicativo de participação do Sintrajud nas mobilizações do dia 29 de maio. “O dia 29 de maio precisa ser também um dia de luta dos servidores do Judiciário Federal. Só com a nossa mobilização vamos conseguir vitórias”, finaliza a diretora Raquel Morel Gonzaga.
Representantes da categoria

Além da discussão da campanha salarial, a assembleia elegeu os servidores que irão representar a categoria em dois eventos muito importantes. O primeiro é a reunião ampliada da Fenajufe, em Brasília.
O segundo evento é o Congresso Nacional da CSP Conlutas, que acontecerá no período de 4 a 7 de junho, em Sumaré, interior de São Paulo. O Congresso da CSP Conlutas reunirá trabalhadores de todo o país e vai aprovar um calendário de luta dos trabalhadores para combater a política de corte dos direitos trabalhistas do governo do PT.
Não aceitaremos ameaças 

Os participantes da assembléia foram agredidos durante a concentração dos servidores no átrio do Fórum Ruy Barbosa. Enquanto os ativistas faziam suas falas, copos com e papel molhado foram arremessados contra os participantes da atividade. Uma atitude contra organização sindical e que visa assustar com agressão os servidores que participam das atividades. O Sindicato cobrou da segurança investigação sobre o ocorrido.
“Esta atitude é absurda e covarde. Sabemos que segurança é um problema que os servidores deste Fórum enfrentam, não podemos deixar este tipo de ataque se tornar rotineiro”, afirmou a diretora do Sindicato Inês Leal de Castro.