5/3/2015


DO SINDIJUFE-MT

Protesto em Mato Grosso mostra indignação com salários defasados e piora das condições de trabalho



 Servidores da Justiça do Trabalho, Justiça Eleitoral e Justiça Federal de Mato Grosso atenderam ao chamado do Sindijufe-MT e compareceram, de roupa preta, ao ato de repúdio, organizado pelo Sindicato, contra o congelamento salarial no judiciário federal. A manifestação teve a participação, inclusive, dos servidores aposentados, que compareceram ao ato na Justiça Federal. Os servidores do interior do Estado também participaram do protesto e enviaram fotos para o Sindijufe-MT.

A Categoria em Mato Grosso sabe que a Greve é a única linguagem que o governo entende, e o Sindijufe-MT, por sua vez, sinaliza que o momento atual é oportuno para ir à luta.  Foi por isso que o Sindicato convocou a Categoria para os atos de protesto em Mato Grosso, levando em consideração, principalmente, que hoje deverá ser votado o projeto do orçamento da União para 2015 (PLOA). É a última chance de cobrar a inclusão orçamentária dos projetos de revisão salarial.

A criminalização das greves, praticada pelo governo desde o ano passado, deixou sequelas como o corte de ponto dos servidores que aderiram à última Greve em Mato Grosso, mas a indignação está no ar, e, dificilmente, as represálias impedirão as adesões a uma nova greve, nacional e unificada, que já começa a ser organizada para os próximos 30 ou 60 dias.

Servidores do TRE de Guarantã do Norte-MT na luta pelo reajuste salarial.

Sob o efeito de um congelamento salarial que já dura quase dez anos, os Servidores do judiciário federal de Mato Grosso estão trabalhando insatisfeitos e inseguros quanto ao futuro de suas carreiras. Com o governo restringindo, a cada dia mais, os seus direitos, eles sabem que a situação está insustentável e entendem a necessidade de uma reação.

"Além dos salários congelados, as condições de trabalho estão piorando a cada dia", disse o diretor do Sindijufe-MT Marcelo Lincoln Evangelista, durante o protesto no TRT-23. "A gente aproveitou o momento para chamar a atenção da Categoria quanto à situação de todos nós do judiciário e para falar, uma vez mais, da situação dos colegas que tiveram o ponto cortado na última Greve. O Tribunal se mantém irredutível, e precisamos do apoio de toda a Categoria nessa questão", complementou ele, destacando que representantes do Sindicato irão de sala em sala para convidar os Servidores a comparecerem à próxima sessão do Pleno do TRT. "Os servidores que tiveram o ponto cortado não podem pagar a conta sozinhos, porque eles fizeram uma greve de resistência e lutaram por toda a Categoria.

O diretor do Sindijufe-MT Pedro Aparecido de Souza lembrou, em seus informes, que na Justiça Eleitoral há processos administrativos referentes às últimas Greves. "Estamos com quatro processos de corte de ponto no TRE, referentes à última greve, e ainda tivemos que enfrentar quatro processos no Ministério Público Federal, em que os tribunais pediram que a nossa Greve fosse decretada ilegal e abusiva, mas felizmente isso não aconteceu e os quatro processos de quatro Greves goram arquivadas e declaradas legais e não abusivas", disse ele.

Segundo Pedro Aparecido, apesar de todas as dificuldades a Categoria tem que se indignar e mobilizar os colegas. "Está prevista uma greve unificada dos servidores públicos federais e dos servidores do judiciário. Serão várias categorias que estarão mobilizadas, e nós também teremos que participar, nacionalmente. Este é o momento de fazer pressão em cima do governo e STF e lutar pelo reajuste e pelas condições de trabalho", disse ele.

Nos atos de protesto organizados pelo Sindijufe-MT nesta terça-feira, foram discutidas diversas questões, incluindo a Greve dos Caminhoneiros que parou o país nos últimos dias e obrigou a presidente Dilma a sancionar, sem vetos, a Lei dos Caminhoneiros. Também foi analisada a luta dos servidores públicos paranaenses, que igualmente ganhou repercussão nacional, bem como dos Garis do Rio de Janeiro e Metalúrgicos.

A servidora aposentada da justiça federal Maria da Glória Chaves declarou que acompanha a situação da Categoria com muita preocupação. Segundo ela, mesmo não estando mais na ativa ela também tem sofrido perdas que exigem algum tipo de ação imediata. "Nossos salários não são corrigidos há anos, e até o Imposto de Renda, que antes era um refresco para a gente, agora está servindo de instrumento para que o governo nos penalize", disse a aposentada. Ela compareceu ao protesto na Justiça Federal em companhia de outras aposentadas, que acompanharam todas as discussões e também se prontificaram a participar dos próximos atos organizados pela Categoria.



Redação do Sindijufe-MT
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